Queixo-me que não durmo e passo a noite escorado
detono-me no estrago que do ócio foi tirado
e caio
como este zumbi que me come o encéfalo
enquanto ele dorme espalhado sobre os meus
fluídos, fluídos - cerebrais
fluídos, fluídos
Eu tenho desviado a fumaça dos teus olhos
pra ver nascer o sol de lado
refletido nos espelhos quebrados
debaixo dos quadros que estão pintados
da chama das luzes
dos anos que nos foram tirados
Somos como a escuridão oposta no pálido
A luz direto rasgando a penumbra
que um dia nos transforma numa coisa só
pra acabar de vez com a dúvida
E caio acordando minha pele sobre o sol chamado
que agora aguarda esperando ouvir os nossos
ruídos, ruídos - matinais
ruídos, ruídos
Estamos quebrados
debaixo dos quadros que estão pintados
da lama das cores
dos anos que nos foram dados
Somos como a escuridão oposta no pálido
A luz direto rasgando a penumbra
que um dia nos transforma numa coisa só
pra acabar de vez com a dúvida.
Florencia Pantano
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